Amsterdam é a cidade dos canais, das casas coloridas, das tulipas e dos barcos, porém existem outros lugares na cidade que nos deixam introspectivos e pensativos. A Casa de Anne Frank é um deles, foi lá que ela ficou escondida num quarto secreto, junto com sua família e outras quatro pessoas.
O único motivo para eles terem que se esconder noite e dia era porque ele eram judeus, e a intolerância perseguia, torturava e matava durante a Segunda Guerra Mundial.
Conheci Amsterdam e visitei as principais atrações da cidade, mas este lugar pode ser considerado turístico ?
Continue lendo e veja como foram meus dias por lá.
Neste artigo você vai ver
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Amsterdam
Fiz uma viagem bastante diversa, passando alguns dias na Grécia onde conheci Atenas, Mikonos, Santorini e Creta e de lá fui para Amsterdam.
Era verão e fazia um calor danado na Grécia, tanto é que só usava bermuda, camiseta e chinelo. Mas para quem me conhece sabe que gosto de diversificar, e quando estava cansado de praia, fui para o frio dos Países Baixos.
Outra parte da mala começou a ser usada. Mesmo sendo verão a temperatura em Amsterdam era gelada pra gente, tanto é que todos os dias saia de blusa.
Andava por aquelas ruas e observada os bonitos canais que cortam a cidade com aquelas casas estreitas e coloridas. Estranhava em ver os locais de camiseta enquanto eu batia o queixo de frio.
Mas enfim, estava em Amsterdam, a cidade que muitas vezes se apresenta como descolada nas ruas do Red Light District, o bairro da prostituição na cidade.
Também me chamava a atenção os coffee-shops, onde o consumo da maconha é tolerado, mas não totalmente legalizado como todos pensam. É que lá eles fazem uma distinção de drogas leves e pesadas e muitas vezes as autoridades fazem vista grossa ao consumo da cannabis.
Enfim, fiz passeio de barco pelos canais, conheci o incrível Museu Van Gogh e passeei pela bonita Praça Dam, mas um lugar me inquietava e queria muito conhecer: A Casa Anne Frank.
Continua comigo que vou contar como foi minha visita ao lugar que a pequena judia ficou escondida por 2 anos.
A história de Anne Frank
Antes de mais nada é legal dar uma refrescada na memória e falar de coisas que aconteceram entre os anos 3o e 40. A perseguição aos judeus começara depois que o partido de Hitler subiu ao poder, ainda antes da Segunda Guerra começar.
Os judeus, que levavam uma vida normal na Europa, começaram a ser perseguidos, torturados e mortos. Tudo isso se intensificou depois de 1939, quando a Grande Guerra começou.
Mas porque Hitler perseguia os judeus ? Além de um sentimento de vingança por ter perdido a primeira guerra, Hitler acreditava numa raça pura, e assim teria que eliminar quem fosse diferente.
É uma explicação bastante simplista, mas só pra gente conceituar o momento.
E estes diferentes eram os judeus, que começaram a ser perseguidos por toda a Europa, inclusive na Holanda, onde a pequena Anne Frank vivia tranquilamente com sua família.
A família Frank era apenas mais uma na mira do ódio nazista.
Anne Frank nasceu em 1929 em Frankfurt, porém a perseguição aos judeus e a pobreza da Europa, obrigou que eles se mudassem para Amsterdam, mas aí os alemães invadem a Holanda também e a família de Anne Frank precisa se esconder.
O pai de Anne, Otto Frank, tinha uma empresa, mas perdeu os negócios, porque isso não era permitido aos judeus.
É justamente nesta empresa, na Prinsengracht número 263 que um esconderijo é feito para a família.
O local secreto tinha dois quartos, um banheiro, uma sala grande e outra pequena. Desta menor uma porta ligava ao sótão e a entrada era escondida por uma estante.
Aí vivem a família de Anne mais quatro pessoas, também judeus tentando salvar suas vidas.
Tudo tem que ser feito com cuidado para não serem notados, e somente em determinadas horas podem se movimentar livremente de forma que não sejam escutados.
Em todo este tempo, Anne descreve seu cotidiano em seu diário. Além de falar coisas da família, é relatado como sua via mudara depois que precisou viver secretamente para fugir dos nazistas.
O final da história é triste, já que o esconderijo é descoberto e todos são enviados à campos de concentração. Apenas seu pai Otto sobrevive. Anos depois decide publicar os relatos de sua filha no famoso: O Diário de Anne Frank.
E hoje em dia, como é o lugar onde ela viveu ? Continue lendo.
O Museu Casa de Anne Frank
O endereço do museu Casa Anne Frank já me intrigava pois já tinha lido em algum lugar “Prinsengracht 263”. Ali pertinho, na altura do número 283 da mesma rua, fica a estátua da jovem que perdeu sua vida na Segunda Guerra Mundial.
Esta é mais uma daquelas ruas típicas de Amsterdam com os bonitos canais, porém neste momento nossos olhos se voltam para aquela casa onde ela teria passado seus últimos dias escondida.
A entrada do museu não é exatamente por aí, mas sim pela esquina, na Westermarkt 20.
Chama muito a atenção a quantidade de pessoas, já que este é um dos lugares mais visitados de Amsterdam.
Já dentro do museu somos colocados no cenário da Segunda Guerra Mundial, onde podemos ver vários depoimentos e fotos.
Confesso que quando fui estava um pouco tumultuado e era difícil subir as íngremes escadas da casa.
A sensação de claustrofobia é transmitida ao visitante. Todas as janelas do Anexo Esconderijo são tapadas, tal qual era na época, já que ninguém poderia imaginar que ali viviam 8 pessoas.
A parte do esconderijo não tem móveis, parece que foi um pedido do próprio Otto, pai de Anne Frank, quando da abertura do museu.
No quarto onde Anne Frank dormia podemos imaginar como aquela menina passava ali seus dias, a mesma menina que sonhava em ser atriz e colava fotos e postais nas paredes e assim tentava alegrar os repetitivos dias sem ver a luz do sol.
Os ambientes apertados eram acessados pelo sótão e hoje existe uma réplica de como seria a estante, que escondia a entrada e protegia a vida daquelas pessoas que tanto lutaram para viver.
Durante a visita note vários trechos do Diário de Anne Frank nas paredes.
Continue comigo para saber minha percepção da visita e veja se você gostaria realmente de ir.
Dicas para visita a Anne Frank Huis
A Segunda Guerra Mundial desperta não só a tristeza mas também a curiosidade de muita gente.
Mal saberia eu, que anos depois de visitar a Casa Anne Frank, conheceria um campo de concentração, veja meu relato sobre minha visita à Auschwitz na Polônia.
Sempre quando alguém me pergunta se vale a pena ou não conhecer respondo que depende de como a pessoa entende o que é turismo.
Para alguns, visitar a Casa Anne Frank numa cidade tão vibrante como Amsterdam pode ser entediante, e por isso digo que se você está na dúvida sobre ir porque já viu muita coisa sobre a Segunda Guerra, apenas não vá.
Hoje acredito que a vida é feita principalmente pelas “não escolhas”, e muita gente que já estudou muito pode achar que não tem mais nada a ser visto, o que é verdade.
Mas se você é do tipo curioso ou curiosa, e gosta de ver a história in loco digo que é interessante ver aqueles pequenos cômodos onde viveu a família Frank.
Independente da forma, é necessário ter respeito. Estes dias vi uma matéria sobre turistas brincando e rindo no Memorial aos Judeus mortos na Europa em Berlin. Não é uma crítica, pois acho que cada um se manifesta como acha certo, porém não podemos esquecer que são lugares de aprendizado.
A gente espera que saia de lá diferente de como entrou, ainda mais num país como o Brasil, onde vimos a intolerância no cenário político.
Outro conselho que dou é que se informe antes de ir. Não precisa ser historiador, mas apenas saiba um pouquinho sobre o que irá encontrar por lá.
Tenho certeza assim que a visita será muito mais proveitosa.
E as questões práticas ?
Tickets para visita à Casa Anne Frank
Bom, é preciso falar que este museu lota, então nem pensem em ir sem antes comprar o ingresso pela internet, o qual tem dia e hora marcados. Clique no link para o site oficial de venda de tickets da Casa Anne Frank.
Quer uma dica ? Marque a visita para a primeira hora do primeiro dia em Amsterdam, assim você não engessa seu roteiro.
A visita dura em média pouco mais de uma hora, mas se deixar para comprar quando chegar com certeza terá fila ou não terá ingressos. Uma amiga foi à Amsterdam e não conseguiu visitar o museu.
Amigos leitores, espero que tenham gostado do relato. Deixe um comentário pra mim respondendo à pergunta que fiz logo início: Podemos considerar estes lugares como “turísticos” ?
Quero saber a opinião de vocês.
Abraço!!
** Este artigo não recebeu nenhuma espécie de patrocínio e reflete as opiniões pessoais do autor.
Autor do blog, é formado em Ciência da Computação e atua com Marketing Digital e e-commerce por mais de 10 anos.
As viagens por quase 40 países são a inspiração para produção de conteúdo.
Além do blog, o autor escreve para colunas de turismo em jornais da região de Campinas e é blogueiro associado do Portal UAI de Minas Gerais.
Boa tarde, gostei muito sobre o artigo, e talvez pelo fato ocorrido não poderíamos considerar um ponto turístico e sim um local para termos uma reflexão do que realmente é a vida.
Olá Lucas!!
Obrigado pela leitura!!
Que bom que gostou, sempre procuro dividir minhas experiências e fico feliz em ouvir a opinião de vocês.
Também penso que um lugar como a Casa Anne Frank se encaixa mais como uma experiência do que como turismo, pois sempre saímos transformados de alguma forma.
Abraço.
Ola Diego!!
Obrigada por compartilhar sua experiência. Estou indo para Amsterdã em Agosto e com ingresso já comprado pra conhecer o museu da Anne Franke, fiquei um pouco assustada pq tenho claustrofobia. Mas espero que de tudo certo!!
Oi Madja, tudo bem ?
Obrigado pela leitura!!
Que bom que já comprou antecipadamente, lota!! Uma amiga foi e não conseguiu entrar.
Os espaços são apertados, mas é tranquilo!!
Posso te pedir um favor ? Se puder, você compartilharia este artigo nas redes sociais ? Sabe como é, blogueiro vive de audiência né ?
Obrigado!!
qual o valor dos ingressos para visitar a asa de Anne Frank ?
Oi Geizi, tudo bem ?
No artigo tem o link oficial com todas as informações de horários e preços. Dá uma olhada.
Diego
Testemunhar uma história tão absurda como a de Anne e os judeus é muito triste. Independente de ser turístico ou não é uma ferida e uma vergonha para a história da humanidade, que nunca mais deve se repetir. Ninguém nem sequer imagina o que é para uma adolescente ir para um campo de extermínio e morrer de Tifo, com febre, dores horríveis, sem mãe pra dar um colo, um carinho. Inimaginável não?