Deserto do Atacama: roteiro e dicas de um dos lugares mais incríveis da América do Sul

A América do Sul tem muitos roteiros exóticos. Considero que Salar do Uyuni, Patagônia, Machu Pichu e o incrível Deserto do Atacama fazem parte de um seleto grupo das viagens mais incríveis do nosso continente.

Nem vou falar do Brasil, porque nosso país é um caso a parte quando o assunto são os roteiros fantásticos.

Tive a oportunidade de conhecer estes 4 lugares, inclusive fui à Patagônia duas vezes, mas hoje é dia de falar do Deserto do Atacama.

O Chile é um país querido, que tive a oportunidade de visitar 5 vezes, cada momento fui para um lugar diferente, foi então que chegou a vez do Atacama.

Deserto do Atacama
As paisagens do Deserto do Atacama são de tirar o fôlego

Considerado um dos desertos mais secos do mundo, com mais de 1000 Km de extensão, não é de se estranhar que o mesmo tenha atrações espetaculares como vulcões, gêiseres e lagos.

Por conta destas condições climáticas o Deserto do Atacama  é pouco habitado, mas São Pedro de Atacama é o tesouro da região. A pequena cidade de 3000 habitantes tem ruas empoeiradas porém charmosas, casinhas baixas e sempre vigiada pelo vulcão Licancabur.

Além de ser um lugar turístico, a região também tem condições ideais para observação astronômica e lá ficam os maiores telescópios do mundo.

Projeto ALMA

A maior rede de telescópios do mundo fica no Deserto do Atacama e foi inaugurada em 2016. O Atacama Large Millimeter Array (ALMA) é formado por 66 antenas com até 12 metros de diâmetro capazes de registrar imagens inéditas de estrelas e galáxias.

Com toda esta vocação para as estrelas, uma das coisas mais legais para se fazer no Atacama é um tour astronômico. Quer saber como é ? Continue lendo.

Tour astronômico em São Pedro de Atacama

Muitas agências oferecem o tour astronômico em San Pedro do Atacama.

Por conta da baixa umidade a visibilidade é excelente, dali avistam-se muitas estrelas, a Via Láctea e eventualmente estrelas cadentes.

O tour começa perto das 22 h, e as agências levam os turistas para algum lugar mais afastado da cidade.

Via Láctea
O Atacama tem condições ideais para observação de estrelas

O guias dão explicações astronômicas, ensinando por exemplo como identificar algumas constelações.

Particularmente não gosto muito deste caráter técnico do passeio, prefiro observar as estrelas em silêncio e contemplá-las. Tive outras oportunidades bem parecidas no Deserto do Saara no Marrocos e em Wadi Rum na Jordânia.

Para mim é um momento de relaxamento e muita coisa vem à cabeça, como quanto somos pequenos em relação ao universo, porém o guia se esforçará em explicar tudo.

Aí, como sempre nos tours do Deserto do Atacama, é servido um lanchinho, e depois são disponibilizados telescópios, onde as pessoas de revezam para observar as estrelas.

Quatro dicas importantes para este tour:

Roupas: vá bem agasalhado; luvas, gorros e segunda pele são super bem vindos.

Reserva: os tours são concorridos no Deserto do Atacama, parece muita gente para a pequena cidade, por isso reserve antes os passeio que tem interesse.

Época: é possível fazer o tour astronômico o ano inteiro, mas a lua cheia atrapalha a visibilidade e as agências cancelam o passeio nesta época

Tipo de tour: se gosta de fotografar procure um tour específico, o tradicional não te dá tempo para conseguir boas fotos.

Dá uma olhada nesta indicação de agência de tour fotográfico

Bom, comecei falando de um passeio noturno, mas no Atacama a gente pode tomar café da manhã ao lado de gêiseres !! Veja como é esta experiência.

Gêiseres del Tatio: a força da natureza no Deserto do Atacama

Lembra que falei que o Atacama tem uma diversidade incrível de atrações ? Os gêiseres são uma das mais diferentes.

Prepare-se para acordar cedo, pois os gêiseres entram em plena atividade logo cedo, e o objetivo é chegar antes disso para ver o espetáculo.

Nem preciso falar que esse foi um dos dias que mais passei frio na minha vida, rivalizando inclusive com os dias no gelado Uyuni.

A viagem entre São Pedro de Atacama e o local dos Gêiseres del Tatio demora perto de uma hora, a questão é que se chega a altitude de 4.200 metros, então é preciso se prevenir contra eventuais problemas com altitude, não consumindo álcool e carne vermelha no dia anterior, bem como tomando comprimidos próprios para isso.

Este passeio tem que ser feito cedo, pois o espetáculo é mais bonito com o choque da temperatura da água quente com o ar antes do sol nascer, depois disso o espetáculo ainda é bonito, porém menos impressionante.

Gêiseres del Tatio
A água pressurizada saindo da terra

As agências preparam o café da manhã por aí, e quando fui não era um cafezinho da manhã não, mas um senhor breakfast. Eles preparam tudo com bastante capricho.

Café da manhã Geiser el Tatio
Estes são aqueles momentos que marcam

Foi bem legal ver como esquentam o leite, bastando jogar num pequeno gêiser que tinha pertinho da gente.

Gêiser
Pra quê fogão quando tem um gêiser ali do lado

Para os mais corajosos, como eu, é possível nadar numa piscina com águas termais. O problema é caminhar entre o vestiário e a piscina quente numa temperatura perto dos 0 graus. A piscina é quentinha, mas vez em quanto a gente sente uma corrente de água gelada.

Piscina Gêiser el Tatio
e fora da piscina a temperatura deveria estar zerada

Fiquei alguns minutos e já saí, só pra dizer que entrei mesmo.

O tour ainda deu uma passada pelo Vado Putana para observar a fauna e flora, depois conhecemos alguns cactus gigantes, que chegam a 8 metros e podem viver até 500 anos.

Cactus gigantes
A madeira dos cactus pode ser utilizada em móveis e construções
Vado Putana
No Deserto do Atacama somos surpreendidos por paisagens como estas a todo momento

Conhecemos também o Povoado de Machuca, onde a gente pode experimentar espetinho de carne de lhama.

Povoado Machuca
Conhecendo as aldeias do Deserto do Atacama
Igreja Povoado Machuca
A singular igreja do Povoado
Espetinho de lhama
Experimentando espetinho de lhama

Dicas para este passeio:

É meio chato ficar nas ruas desertas de San Pedro de Atacama de madrugada esperando o tour, que pode atrasar, como o meu.

Tirar fotos de fenômenos naturais não é tarefa fácil, se você não tem equipamento fotográfico legal ou não domina as técnicas vai ter aquelas fotos expetativa x realidade , como as minhas, que não ficaram boas.

O ideal é fazer este tour nos últimos dias, quando já estiver mais aclimatado à altitude.

É frio, capriche na roupa.

Bom, até agora teve um passeio noturno e outro que teve que madrugar. Agora vou falar do passeio que tive soroche. Vou contar tudo para vocês. Continue por aqui.

Salar de Tara

Este é um dos passeios mais bonitos do Deserto do Atacama, o grande problema, pelo menos para mim, é que chega aos 4.800 metros de altitude.

O Atacama também tem salares, se você já foi ao Uyuni estará mais familiarizado com o sal que sai da terra.

O Salar de Tara tem formações que realmente impressionam, como o Monges de la Pacana, observe uma destas com 18 metros de altura, que parece ser um guardião do Deserto do Atacama.

Monges la Pacana
Monges la Pacana

Outras formações rochosas imponentes são a Catedral, quando de repente uma planície começa a se elevar como torres de uma grande igreja.

Salar de Tara
É difícil falar o que é mais bonito no Deserto do Atacama, mas este Salar de Tara é espetacular. Foto: Sernantur

No Salar de Tara também tem uma lagoa com flamingos, onde geralmente as agências param e oferecem o café da manhã (que não foi tão bom quanto o do Gêiser del Tatio).

Bom, agora vou contar meu mico: Quando cheguei ao Atacama fui direto à agência reservar todos os passeios. Acontece que nem todas as agências fazem o Salar de Tara, e quando o fazem acontece em dias específicos.

Pelo meu roteiro eu só teria um dia para fazer o passeio porque no próximo eu já estaria voltando para o Brasil e não teria tempo.

Acontece que o único dia disponível era o outro dia, ou seja, logo que cheguei no Atacama. O responsável pela agência me desaconselhou dizendo que poderia ter problemas por não estar aclimatado.

Insisti e disse que queria fazer o passeio assim mesmo e ele perguntou se eu já tinha experiências em lugares de altitude.  Disse que sim, pois anos antes tinha subido o Chacaltaya na Bolívia, que chega a quase 5.400 metros.

Desta forma eu subestimava o Salar de Tara por ter “apenas” 4.800.

Nem preciso falar que o espertão aqui passou muito mal. Comecei a sentir tontura e enjoo já perto da Catedral, mas me segurei e o mal estar foi aumentando.

Quando percebi que estava piorando dei um toque para o guia que também era motorista e ele simplesmente fez cara de “já sei o que vai acontecer”.

Catedral Salar de Tara
Neste momento já estava bem mal, mas fazia o máximo de esforço para ninguém perceber

De repente percebi que não aguentava mais e pedi para parar a van. Pulei do carro, sai correndo e “chamei o Hugo“, lembro que as outras pessoas que estavam comigo até viraram a cara.

É curioso que depois de vomitar a gente melhora instantaneamente. O enjoo passou mas fiquei com uma baita dor de cabeça que me atrapalhou, pois tinha outro passeio agendado para aquela mesma tarde, o qual nem consegui aproveitar direito.

Dicas para este passeio

Não seja “espertão” como eu, respeite a altitude.

Reserve com antecedência e organize seu roteiro com base nele, pois não têm saídas todos os dias.

Depois do passeio fiquei de molho um tempo e tentando me preparar para conhecer as lagoas salgadas do Atacama, que conto logo abaixo.

Laguna Cejar, onde a gente boia sem esforço

No Deserto do Atacama existem passeios que só funcionam de manhã e outros que só funcionam a tarde. Geralmente é possível fazer dois passeios no mesmo dia, ainda mais se estiver com um roteiro mais apertado.

A desvantagem é que cansa mesmo, talvez o ideal seja fazer apenas um passeio por dia.

Como ainda estava me recuperando do Salar de Tara não consegui aproveitar direito a Laguna Cejar, é lá que o pessoal boia pois a concentração de sal é alta. Eu ainda estava meio acabado e nem entrei na água, fiquei só observando.

Laguna Cejar
As lagunas onde a concentração de sal é tão alta que impede que afundemos

Já tinha tido uma experiência muita parecida no Mar Morto na Jordânia, por isso fiquei só relaxando e curtindo a paisagem.

E agora vamos ao passeio que nos dá a impressão de estar em outro planeta

Valle de la Luna e Valle de la Muerte

Este passeio pode ser feito em meio período, principalmente a tarde, quando o por do sol muda a cor da paisagem.

É uma das excursões mais tradicionais e mais fáceis, já que fica a apenas 15 Km da cidade, inclusive tem uma galera que faz de bicicleta.

Fiquei com vontade de pedalar por lá mas não tinha pesquisado antes, fica a dica.

Este mesmo passeio vai também ao Valle de la Muerte, pertinho de San Pedro, uns 4 Km, facinho de fazer de bicicleta também.

A paisagem é super diferente, em alguns lugares vemos tudo salpicado de sal.

Valle de la Luna
Parece neve mas é sal

O nome Valle de la Lua é por conta de suas curiosas formações geológicas que parecem outro planeta.

Em um parte do passeio observe três formas rochosas, as Três Marias. Este lugar faz parte da Reserva Nacional los Flamencos, mas aí é inóspito, pois não tem vida nem umidade.

Três Marias
Parece que um turista, ao tirar fotos, se apoiou e quebrou uma das Marias

O ponto ideal para contemplar todo o Valle de la Luna é o Mirador de Kari (Piedra del Coyote), as fotos ali ficam incríveis.

Piedra del Coyote
A Piedra del Coyote ou Mirador de Kari é um excelente lugar para contemplar todo o Valle de la Luna

Depois o tour passa pelo Vale de La Muerte, onde conseguimos ver o imponente Vulcão Licancabur.

Não se sabe se o nome veio de uma comparação com marte ou se é vale da morte por conta da pronúncia errada de um cientista francês que passou por lá, independente disso as paisagens são de outro mundo mesmo.

Sabe aquela foto que parece filme com uma lagoa azul e um vulcão nevado ? É para lá que vamos agora.

Lagunas Altiplânicas

Este passeio te levará às bonitas lagunas, e em mais ou menos duas horas chegamos à Laguna Miscanti.

É um cenário quase surreal com lagunas de águas calmas, vegetação rasteira e morros que formam uma paisagem digna de Discovery Channel.

Lagunas Altiplânicas
O bonito conjunto de montanhas, vulcões e lagunas

Ali perto, a Laguna Miñiques proporciona um espetáculo de cores: as águas da laguna se destacam a uma vegetação em cor amarela que cobre tudo, e vai chegando até Vulcão Miñiques, que mesmo no verão terá neve no cume.

Laguna Miñiques
Espetáculo de cores na Laguna Miñiques

Geralmente as agências servem o lanche por aí, com este visual de tirar o fôlego.

Continuando a excursão ainda conheci a Aldeia de Socaire, famosa pelo seu artesanato e pela produção de tecidos com lã de ovelha. Para uma experiência in loco, os moradores de Socaire tem uma espécie de albergue para quem quiser se hospedar por lá.

Socaire
Mais um povoado no Deserto do Atacama

Rodando um pouco mais chegamos à Laguna Chaxa, com um show de flamingos, que por se alimentarem de pequenos camarões adquirem uma cor rosada.

Laguna Chaxa
Sabia que os flamingos nascem branquinhos e vão ganhando a cor rosa com o tempo ?

É tudo muito bonito: os flamingos, as superfícies do salar e as montanhas nevadas compõem uma obra de arte da natureza.

Depois daí, finalizando o passeio, demos uma volta por Toconao, mais um destes povoados singulares da região.

Gostei muito de conhecer este lugar, tive tempo de passear pela Igreja de San Lucas do século XVIII e ver seu campanário, o qual fica separado. Acredito que foi feito assim por conta de terremotos.

Toconao
O campanário da Igreja de San Lucas

Dentro da igreja tem várias partes feitas com madeira de cactus.

Madeira de Cactus
No Atacama eu descobri que é possível usar a madeira de cactus em construções e móveis

Toconao é o lugar ideal para comprar artesanato feito com pedras vulcânicas e tecido de lã de alpaca.

Dicas do Viajante Curioso

Fiz todos os passeios com a Grado 10 porque eles têm um ônibus adaptado em um caminhão, que proporciona vista 360 graus o que facilita para tirar fotos.

Outro motivo por tê-los escolhido é que eles também fazem o Salar de Tara.

Conheci o Deserto do Atacama numa viagem em 5 dias, mas fiquei só 4 dias inteiros em São Pedro. Meu roteiro ficou assim:

1o.dia: passeio por San Pedro de Atacama, troca de dinheiro e reserva de passeios.

2o.dia: Salar de Tara de manhã e Laguna Cejar a tarde.

3o.dia: Gêiseres del Tatio de manhã e Vale de la Luna e de la Muerte a tarde.

4o.dia: Lagunas Altiplânicas.

5o.dia: checkout e transfer para Calama.

Caso procurem informações pela internet vão ver que é aconselhável ficar 6 noites, pois existem outros passeios que não fiz como: Thermas de Puritama, Piedras Rojas e Ojos del Salar.

Não me arrependi do meu roteiro pois consegui fazer os passeios principais. Muita gente opta por fazer somente um passeio por dia e no restante ficar curtindo hotel ou passeando pela cidade. Fazer dois passeios por dia cansa mesmo, mas não é impossível.

San Pedro de Atacama
Separe um tempo para caminhar pelas ruas de San Pedro de Atacama

A outra vantagem de um roteiro expresso como o meu é o preço, o Atacama não é barato. O tour aos Gêiseres del Tatio, por exemplo, custa 85 dólares e o Vale de La Luna custa 45 dólares (preços da Grado 10).

Sem contar que os hotéis no Atacama também não são baratos. Viajei num esquema econômico e fiquei no Hostal Sonchek mas não aconselho a ninguém, as instalações são precárias, tem um constante cheiro de urina de gato e os banheiros são péssimos. Sim, é um hotel econômico, mas isso não implica em ser tão ruim assim.

Sem contar que tinha reservado 4 noites com eles e no segundo dia me pediram para sair do meu quarto dizendo que tinham outra reserva, não acreditava no que ouvia. Saí para fazer o passeio e quando voltei meu quarto estava trancado e eles praticamente me expulsaram de lá.

Saí pelas ruas de San Pedro do Atacama procurando outro lugar, e era muito difícil encontrar, às vezes achava mas os preços eram exorbitantes, até que encontrei o Corvatsch. Eles têm uns quartos individuais super pequenos, porém confortáveis, o banheiro era bom e a gerente do hostel era uma brasileira super mal humorada.

Infelizmente não tive experiências boas no Atacama em relação à hospedagem, por isso não indico nenhum dos dois hostels acima.

Minha dica é reservar com bastante antecedência.

Em relação a época, podemos visitar o Deserto do Atacama o ano todo.

No verão é ainda melhor pois com o por do sol mais tarde é possível curtir mais o dia, o que facilita passeios como o Valle de la Luna e Laguna Cejar, que geralmente saem de San Pedro do Atacama as 16:00h, então dá tempo para descansar bastante.

Em alguns passeios é cobrada uma pequena taxa para entrada nos parques, a qual não estará inclusa no valor da excursão,

O transfer do Aeroporto de Calama a San Pedra de Atacama é super fácil. Ao desembarcar você verá várias empresas que oferecem o serviço.

São 100 Km de distância percorridos em 1:30 de viagem. O valor é aproximadamente 12.000 pesos chilenos e eles não aceitam reais, somente pesos chilenos ou dólares.

Em relação ao ticket aéreo, o ideal é comprar tudo junto, ou seja, Brasil – Calama, com troca de aeronave em Santiago.

Caso queira comprar separado e usar alguma low cost no trecho Santigo – Calama preste muita atenção nos horários, pois as reservas não estarão juntas, e qualquer imprevisto ou atraso fará com que você possa perder o próximo voo.

Curiosidade

Em San Pedro de Atacama conheci um senhor muito parecido com o Seu Madruga do seriado O Chaves, aí fui conversar com ele e descobri que ele tem uma história muito parecida com o personagem, já que morava em Antofagasta e devia muitos meses de aluguel.

Seu Madruga
Seu Madruga chileno

É isso caros leitores, espero que minhas dicas te ajudem a organizar sua viagem ao Deserto do Atacama!!

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