Sempre quando alguém vai para o exterior traz dicas de viagens, que seriam as “últimas descobertas”.
Mas será que realmente funcionam ?
10 Mitos de Viagens Internacionais
1 – Vamos viajar a noite, assim economizamos em hospedagem
Quantas vezes já escutamos isso ? Em viagens para o exterior o custo da hospedagem realmente faz diferença, mas será mesmo que vale a pena viajar a noite para economizar em hospedagem ?
Este tipo de estratégia pode até funcionar no começo da viagem, quando não estamos tão cansados, mas certamente não vale a pena. A qualidade do sono no mais confortável ônibus, trem ou avião não é a mesma de uma cama.
Tem gente que toma remédio para dormir, o que é pior ainda, pois tem efeitos colaterais.
Uma noite mal dormida compromete o dia, e o que antes era economia se torna perda. Já pensou você com sono e cansado pela bela Paris ?
Como aprendi isso: no meu primeiro mochilão, viajei a noite entre Barcelona e Paris, quando cheguei na bela Cidade Luz estava tão cansado e exausto que tive uma dor de cabeça terrível. Passei o dia todo na cama e perdi uma dia da capital francesa.
2 – Não ligo para hotel, é só para dormir
Esta é conhecida também.
Hotel não é só para dormir, é lá que você chega cansado depois de um dia de passeios, toma banho e relaxa. Com certeza ficar num hotel confortável faz toda a diferença.
E também tem outra, a gente não fica o tempo todo na rua, em viagens mais longas vamos nos cansando com o passar dos dias e queremos acordar mais tarde e ficar mais tempo na cama.
Sem contar que imprevistos como um mal estar podem acontecer, e você terá que ficar no hotel. Neste momento, com certeza, você vai querer uma cama confortável e um banheiro limpinho.
Já me dei mal pensando assim: viajei para Cartagena na Colômbia no alto verão e ficamos num hostel muito ruim e sem ar condicionado. Todos os dias ficava sentado na frente do hostel até cair de sono, para só chegar e dormir. Não foi nada confortável.
3 – Vamos pegar um voo cedinho para aproveitar o dia inteiro no destino
Aeroporto sempre demanda tempo, não tem jeito. Se temos um voo às 7 h, precisamos estar no aeroporto às 5 h, e aí precisamos acordar as 4 ou as 3.
Isso significa não dormir direito e passar o dia todo cansado e abrindo a boca.
Já caí nessa: Estava em Telaviv e tomei um voo para Riga na Letônia super cedo.
Chegando lá, perto das 8 h, resolvi dar uma volta e a cidade estava completamente vazia e logicamente com a maioria das atrações fechadas. Resultado: cansaço e perda de tempo.
4 – Já que estamos aqui, vamos conhecer tudo
Escutamos muito esta frase quando alguém vai para a Europa. A proximidade dos países é sempre atrativa: basta viajar um pouco e podemos estar em um lugar com cultura e idioma diferentes.
Porém, esta ânsia pode arruinar sua viagem, transformando suas férias em uma gincana. Aproveite bem o local, evite muitos deslocamentos.
Pratique o desapego, o mundo não vai acabar e você poderá voltar para conhecer o que faltou.
Já caí nesta roubada também: Fui para Capadócia e preenchi todos os meus dias com passeios. Acontece que deixei de separar um dia, para conhecer sem pressa, o próprio lugar onde estava, a bela Goreme. Resultado: voltei com a sensação que faltou alguma coisa.
5 – Não vim pra cá pra dormir
Esta é uma gíria bastante conhecida na Filosofia Viajante, onde você precisa aproveitar todo o tempo o lugar, acordando cedo e voltando tarde, como se fosse uma competição.
Viagem não é isso, viajar também é decidir sair do hotel só depois das 10 h, ou ficar um tempão tomando café da manhã sem se preocupar com horário. Lembre-se, você está viajando de férias e não trabalhando.
Airbnb ou hotel ? Veja as vantagens e desvantagens.
Caí numa furada pensando assim: numa programação intensa pela Bolívia, com várias atividades, tive uma queda de imunidade e peguei uma forte infecção de garganta, a qual me deixou de cama por dois dias inteiros. Tive que cancelar passeios e perdi dinheiro.
6 – Chegando lá eu vejo o que tem para fazer
Fazer roteiros de viagens pode ser chato pra muita gente, porém tem outros que adoram. Você não precisa detalhar passo-a-passo, mas ter uma lista de “coisas para fazer” ajuda bastante.
Sempre é bom ter algo algo para orientar e não perder tempo em um lugar que você gastou uma grana para chegar.
Também é importante checar atrações que precisam de reserva ou comprar aqueles ingressos com hora marcada, assim a gente não precisa ficar em filas.
Isso nunca aconteceu comigo, sempre vou com uma lista de um monte de coisas para fazer. Não sou obrigado a fazer tudo, mas ficar sem saber onde ir nunca aconteceu comigo.
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7 – Tenho um parente/amigo morando fora e vou passar um tempo na casa dele
Sempre escuto esta frase, já que nos momentos de crises muitos brasileiros foram viver fora do país. Ficar na casa de um parente/amigo é sempre uma delícia, mas lembre-se que: Peixes e visitas cheiram mal depois de três dias – Benjamin Franklin.
A visita pode acontecer, mas às vezes seu parente/amigo mora em algum lugar não tão interessante (nem sempre o exterior é) e você não vai querer passar o tempo todo lá.
Por outro lado, mesmo que seu parente/amigo more numa cidade como Lisboa, que tem atrações de sobra, você não vai querer dar um pulo no Porto por exemplo ?
Também não se esqueça: você estará de férias e seu amigo/parente provavelmente estará trabalhando, sendo assim, não espere que ele seja seu guia turístico.
Nessa eu me dei mal mesmo: um amigo que mora em Jersey City, muito próximo a Manhattan, me convidou para passar uns dias com ele. Chegando lá descobri que ele odiava Nova York e nunca tinha ido nem à Estátua da Liberdade.
Todos os lugares que eu falava e que tinha pesquisado sobre NYC ele criticava. Resultado: fiz os passeios sozinho e ele ficou chateado comigo porque saia de manhã e voltada só a noite.
8 – Vou viajar economizando em tudo e gastando o mínimo possível
Conceito muito comum entre mochileiros, e apesar da mesma estar embasada na Filosofia do Viajante Independente, não funciona exatamente assim.
Já ouvi relatos de mochileiros que dormem em estações de trem e comem mal para economizar. Outros criam alternativas baratas para passeios e afirmam que não fez falta alguma.
Na Capadócia o passeio de balão é um clássico, porém é caro. Lembro-me de um mochileiro que disse que subiu até um morro e ficou vendo os balões e que não precisava gastar toda aquela grana. Uma coisa é você não querer gastar o dinheiro, outra coisa é comparar um voo de balão com a vista de um morro, são experiências totalmente diferentes.
Sempre quando viajo penso numa relação custo-benefício, pois sei que tudo tem seu preço. Por exemplo: num país como o Marrocos onde a diferença entre viajar de primeira classe e classe econômica no trem é de 5 reais nem pensava duas vezes e decidia pela opção mais confortável.
9 – Vou fazer tudo por conta própria, sem usar agências ou empresas de turismo
Hoje em dia, com a ajuda da Internet, conseguimos viajar de forma independente, porém contratar um profissional de turismo pode ser mais prático e às vezes até mais econômico.
De que maneira aprendi esta lição: estava em Foz do Iguaçu e queria conhecer o lado argentino das cataratas. Tomei um ônibus para o terminal em Foz, outro para Puerto Iguazu e outro para as cataratas, tudo isso com tempo de espera.
Viajar por conta própria ou agência ? Afinal, qual vale a pena ?
Depois descobri um transfer que buscava os passageiros nos hotéis e levava direto para o lado argentino das cataratas, por praticamente o mesmo preço.
10 – Que promoção ótima, vou comprar agora
Na ansiedade de aproveitar uma promoção de passagem aérea, as pessoas podem esquecer de verificar se determinada data é boa para aquele destino.
São vários os lugares onde a chance de arruinar sua viagem é alta viajando na época errada: verão em Machu Pichu e época das monções na Tailândia são bons exemplos.
Uma viagem ao exterior é um investimento de tempo e dinheiro e a economia pode sair caro.
Já li relatos de turistas que ficaram ilhados em Águas Calientes (Machu Pichu) e precisaram ser resgatados por helicópteros. Outros que foram para a Tailândia e não conseguiram sair do hotel, porque tudo estava inundado na época das monções.
Aprendi isso na minha primeira viagem: fui para a Europa no inverno e os dias cinzas, chuvosos e frios me desanimaram um pouco. Sem contar que tem poucas horas de sol e vários monumentos estavam em reforma.
Voltei no verão e aí sim gostei, com o por do sol tarde aproveitava bem o dia, e sentia mais vida pelas cidades. Tem quem goste do inverno, mas é preciso considerar os prós e contras.
Este artigo fala sobre as melhores épocas para viajar em vários lugares do mundo.
E você leitor, conhece algum mito também ? Quais são suas dicas de viagens ? Compartilha com a gente.
Autor do blog, é formado em Ciência da Computação e atua com Marketing Digital e e-commerce por mais de 10 anos.
As viagens por quase 40 países são a inspiração para produção de conteúdo.
Além do blog, o autor escreve para colunas de turismo em jornais da região de Campinas e é blogueiro associado do Portal UAI de Minas Gerais.
Eu sempre ouvi que viajar de trem pela Europa é a melhor opção e aqueles passes ilimitados são ótimos. Mas descobri que em mtos locais os ônibus são mais práticos é infinitamente mais baratos … já gastei mto dinheiro em trem e só depois descobrir q existiam outras opções!
Verdade!!
Sem contar que mesmo tendo o passe ilimitado, precisamos pagar pela reserva.
O Flix Bus é bem econômico, descobri que aquele ônibus que pegamos em Gdanks para Varsóvia era da FlixBus.