Lemos com tristeza a notícia sobre os brasileiros mortos no Chile. A tragédia ocorreu dentro de um apartamento em Santiago, e seis pessoas, de uma mesma família, morreram.
Impressiona ainda mais, porque o fato ocorreu durante uma viagem, quando planejamos tudo com o único objetivo de se divertir e ser feliz.
Fiquei bastante consternado com isso, pois todo o mundo do turismo me interessa. E acredito que neste momento, como blogueiro, devo me posicionar a respeito.
Achar o culpado desta tragédia não deve ser somente uma caça às bruxas, mas sim, deve objetivar uma investigação rigorosa, para que situações como estas nunca mais ocorram.
Os turistas teriam morrido asfixiados com gás, o que é super grave, pois o gás deixa as vítimas inconscientes, sem que consigam lutar pela vida.
Meu medo de aquecedores
Sempre tive medo de aquecedores, mas nunca me preocupei muito com isso, afinal, na região onde moro, é totalmente dispensável.
Várias vezes que viajei para fora do país, mesmo em lugares gelados, como Bariloche, Bolívia e Santiago, me certificava que o mesmo estivesse desligado.
Obviamente não dormia com o mesmo conforto, mas não sei por quê, nunca me senti seguro com aquilo ligado.
Teve até uma vez que esperei um amigo dormir só para ir lá e desligar. Depois ele acordou bravo comigo, pegou mais uns dois cobertores e caiu no sono de novo.
Já fui a Santiago várias vezes, e em uma das viagens, quando estávamos em quatro amigos, preferi dormir num quarto de fundos, todo apertado, porque eles queriam usar um aquecedor.
É bem verdade que não sou o cara mais friorento do mundo.
Mas isso não é um tipo de desabafo: “tá vendo, se não tivessem ligado o aquecedor nada disso teria acontecido”.
Muito pelo contrário, falo isso por saber da gravidade e dos cuidados com manutenção que este tipo de equipamento requere.
Mas enfim, os turistas estavam lá para se divertir e caso eles quisessem, poderiam usar recursos para manter a viagem confortável.
A responsabilidade do Airbnb
Eles estavam num apartamento alugado pelo AirBnb.
E é sobre isso que gostaria de falar com vocês.
No começo deste ano, publiquei um artigo sobre o Airbnb, e falava justamente sobre a segurança deste tipo de hospedagem.
É bem verdade que não sou muito fã, pois, das vezes que utilizei, tive experiências bastante negativas.
O que mais me incomoda neste tipo de hospedagem é a informalidade.
Em Mendoza, na Argentina, a anfitriã me deixou 5 horas na porta do edifício, e mesmo com diversas ligações e campainhas não acordou. Isso mesmo, a menina caiu no sono e me deixou na rua, com malas, por mais de 5 horas.
Outra vez, me hospedei num lugar, onde o apartamento era bem diferente das fotos. Meus amigos tiveram a reserva cancelada pelos anfitriões alguns dias antes da viagem, e era Reveillon.
Quando li esta matéria pensei nisso. Uma história com um final trágico, causada pela irresponsabilidade dos donos do apartamento e pela ausência no Airbnb em controlar melhor os apartamentos que eles colocam em sua plataforma.
Quando ficamos em hotéis temos algumas garantias: como inspeção da vigilância sanitária, laudos e tantos outros documentos que garantem a segurança das instalações.
Este apartamento no Chile, cenário da morte dos brasileiros, tinha problemas de documentação quando ao uso de gás.
Até aí, caso o apartamento seja usado apenas como moradia, sem problemas, pois se houver algum incidente o único afetado é o proprietário.
A irresponsabilidade começa quando este imóvel é usado para locação, e o proprietário coloca vidas de outras pessoas em risco.
Todos nós sabemos, que na casa da gente, às vezes algo quebra e demoramos pra trocar. Eu tenho uma lâmpada queimada há três semanas e ainda não fui à loja comprar outra, e olha que isso é super fácil.
Um hotel, necessariamente, tem que ter as instalações em ordem, pois é a primeira coisa que notamos quando fazemos check-in.
Ainda mais num mundo onde a Internet mostra nossas opiniões através dos comentários.
Afinal, de quem é a culpa no caso dos brasileiros mortos no Chile ?
Acredito que este fatídico caso traz a tona um questionamento sobre as fragilidades do Airbnb, onde muitas vezes, a informalidade incorre em casos como este, de vazamento de gás com consequências trágicas.
Penso que tanto o proprietário do apartamento, quanto o Airbnb, são diretamente responsáveis pelo ocorrido.
Não gosto de chamar estes casos de acidente, pois acidentes são imprevisíveis. São tragédias anunciadas, provenientes daquelas “gambiarras” que são feitas quando algo quebra.
É preciso que isso seja considerado em viagens, e deve pesar na decisão entre hotel e Airbnb.
Existem muitos outros fatores a serem pensados, como: Quem mais tem a chave do lugar alugado ? E se algo for roubado, quem se responsabiliza ?
Não acho o Airbnb inviável, mas acredito que estas novas formas de compartilhamento de apartamentos e casas precisam ser reguladas.
Qual sua opinião sobre isso ?
Autor do blog, é formado em Ciência da Computação e atua com Marketing Digital e e-commerce por mais de 10 anos.
As viagens por quase 40 países são a inspiração para produção de conteúdo.
Além do blog, o autor escreve para colunas de turismo em jornais da região de Campinas e é blogueiro associado do Portal UAI de Minas Gerais.
A dimensão da responsabilidade não abrange estes apps da “desruptura” moda do momento, é mtuito bom, mais totalmente irresponsaveis! Digo isto pq todos, todos são impossíveis de se responsabilizar por terceiros que geram renda para estas plataformas, ainda mais no Brasil onde o conceito e o alcance das diferentes responsabilidades que estão espalhadas nos códigos civil, do consumidor e penal são meros conceitos que não alcançam os delitos e seus autores.
Agora pensem em aplicar a responsabilidade em apps? Impossível!!!
Eu sempre tive sorte com meus hosts de Airbnb. Sempre fiquei em lugares bons, com anfitriões excelentes. Mas isso foi um alerta, não tinha lido ainda que esse caso do Chile era de um Airbnb. Comecei a ler seu blog hoje e gostei muito, parabéns pelo seu conteúdo.
Olá Debora, tudo bem ?
Infelizmente não tive boas experiências no Airbnb.
Obrigado pelo comentário e fico feliz que tenha gostado do conteúdo!!
Diego
Olá Diego. Muito triste esse acontecimento com brasileiros em Santiago, um lugar que visitei no ano passado e adorei.
Nunca me hospedei no Airbnb. Uma vez quase reservei, mas quando li as políticas de cancelamento não gostei e desisti. Quem viaja com crianças ou já teve que cancelar uma viagem na última hora sabe como é bom poder cancelar com facilidade.
Não tenho lido muito sobre a morte dos brasileiros em blogs de viagem, o que eu acho uma pena, pois é um assunto muito sério para ser ignorado e deixa a impressão de distanciamento e frieza dos blogs. Algo do tipo vamos escrever só sobre coisas legais…
Parabéns pelo seu trabalho
Fabio
Oi Fábio,
Você não tem ideia de quanto me deixa feliz receber uma mensagem como esta. Realmente gosto de turismo, e quero falar de tudo que se relaciona com o assunto, e infelizmente nem sempre a notícia é boa.
Não tive experiências boas com o Airbnb e as políticas de cancelamento pouco protegem o cliente, pois o dono do imóvel pode cancelar e te deixar na mão, e se a gente cancela existem taxas a serem pagas.
Novamente, obrigado pelos comentários!!
Diego